segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Práticas Pedagógicas

Transformar o erro em acerto é uma importante estratégia de intervenção para otimizar o conhecimento dos alunos.
Um dos objetivos da escola é propiciar o acesso a novos conhecimentos. Em nossa formação, fomos acostumados a pensar que conhecimento tem uma forma única e acabada, como se o saber já viesse pronto, e que aprender significasse nos apropriarmos dele, tal e qual nos é apresentado. Muitas vezes, temos a impressão de que o nosso conhecimento, nossas maneiras de ver e entender já nos acompanham desde que nascemos. Porém, o que sabemos e conhecemos hoje, não apareceu já formado desta maneira em nossa mente. Nosso conhecimento é fruto de todo um processo de aprendizagens, que pode ter tido começo, mas que, enquanto vivermos, não terá fim. Isto pode significar que conseguir ver além do que já vimos, ou começar a compreender os fatos de outra maneira, implica movimentos de transformação, de novas conexões mentais. Este é um processo interminável em uma mente ativa.
Nossa possibilidade de aprender não tem fim, porque quanto mais aprendemos, mais dúvidas nos restam e menos certezas nos sobram. O saber não é um ponto de chegada, mas sim um novo ponto de partida.
(...) o conceito de certo ou errado ganha uma nova dimensão. Assim sendo, o modo como a criança consegue compreender um determinado fato ou conceito não representa necessariamente um erro, no sentido de se opor ao certo, ou errado. A concepção que a criança está tendo reflete o quanto ela consegue compreender da situação, naquele momento. Podemos ir além e afirmar que esta maneira de ver da criança, que nos dá a impressão de “errada” em determinado instante, pode ser uma etapa da caminhada na direção de um conhecimento mais complexo, cada vez mais próximo daquilo que consideramos “certo”.
Nessa perspectiva, o erro ganha o sentido de um possível, momentâneo ou transitório, o que caracteriza todo o processo de construção de conhecimentos.

(artigo de Jaime Zorzi publicado na revista Aprendizagem nº 6 maio/junho de 2008 pág. 31)

Nenhum comentário: